Resumos

Apresentação 1: Doutoranda Carina Nones

TÍTULO: MECANISMOS ENVOLVIDOS NA HIPERALGESIA TÉRMICA OROFACIAL ASSOCIADA AO DIABETES INDUZIDO POR ESTREPTOZOTOCINA EM RATOS.

Existem evidências de alterações sensoriais orofaciais após a indução de diabetes experimental. O objetivo deste estudo é investigar os mecanismos envolvidos no desenvolvimento de hiperalgesia orofacial térmica ao calor associada ao diabetes em ratos. Métodos: Após 12 horas de jejum, ratos machos Wistar (180-220 g), receberam Estreptozotocina (STZ, 50 mg/Kg, i.p.) ou tampão citrato (CB, 10 mM, i.p.). Três dias depois, os animais foram divididos em três grupos de acordo com o nível de glicose sanguínea - veículo (animais CB), STZ-hiperglicêmicos (STZ-HG, glicose > 250 mg/dL) e STZ-normoglicêmicos (STZ-NG, glicose < 250 mg/dL). Para avaliar a hiperalgesia uma fonte radiante de calor é aproximada da face do animal e é registrada a latência para a resposta em segundos. Os animais foram avaliados antes da indução do diabetes e uma vez por semana até 12 semanas. Outro grupo de animais foi tratado com insulina (6 UI/dia, s.c.) ou salina (400 L/dia) durante 35. Em outro experimento, quatro semanas após indução do diabetes, os animais foram tratados com BCTC (antagonista TRPV1, 300 g/50 L s.c. ou 100 mg/Kg i.p.) ou veículo e foram estimulados antes dos tratamentos e em intervalos de 1 hora até a sexta hora. Protocolos aprovados CEUA/UFPR # 672. Resultados: Os animais STZ-NG não desenvolveram hiperalgesia. No entanto, os animais STZ-HG apresentaram hiperalgesia térmica ao calor desde a terceira até a décima segunda semana e o tratamento com insulina foi capaz de prevenir o desenvolvimento desta condição. O tratamento com BCTC foi capaz de reverter a hiperalgesia. Conclusão: Estes dados preliminares sugerem que a hiperalgesia térmica orofacial associada ao diabetes depende dos níveis glicêmicos e pode ser prevenida pelo tratamento com insulina. Mais experimentos estão sendo conduzidos para confirmar a participação dos receptores TRPV1.

Apresentação 2: Doutoranda Etiéli Wendler

TÍTULO: NEUROBIOLOGIA DO AMOR

O amor materno e o amor romântico são experiências altamente recompensadoras. Ambos estão relacionadas a perpetuação da espécie e têm uma importância evolucionaria crucial.  Antigamente o foco do estudo sobre o amor estava mais relacionado ao casamento em si, com o passar dos anos foi mudando para o amor romântico e nas últimas décadas, aumentou muito o número de estudos focando nas bases neurais do amor, mostrando como funciona os mecanismos cerebrais quando se está amando. As técnicas de fMRI (ressonância magnética funcional de imagem) e PET (tomografia de emissão de pósitrons) tem sido amplamente utilizadas para estudar essa atividade cerebral. Quando estamos amando, muitas coisas se passam em nossa cabeça, literalmente!

Apresentação 3: Doutorando Adriano Santos

TÍTULO: POR QUE VOCÊ DORME?

O sono é um tema de grande interesse desde os primórdios da civilização. Apesar de inúmeros estudos sobre o assunto, ainda não se sabe, com exata certeza, qual a função desse fenômeno fisiológico. Sabe-se que um ser humano, por exemplo, passa cerca de um terço de sua vida dormindo. Dessa forma, é cabível afirmar que o sono apresenta alguma função fisiológica, mesmo que não se saiba qual é. As hipóteses a respeito do assunto convergem para alguns caminhos em comum. Muitos trabalhos sugerem que o sono tenha um papel restaurador, de forma que substâncias tóxicas provenientes da atividade neuronal acumuladas durante a vigília sejam eliminadas durante esse período. Outros trabalhos sugerem que o sono tenha papel fundamental na conservação de energia. Esses partem do pressuposto de que seria inviável a manutenção constante de um estado como a vigília, no qual comportamentos que demandam grande quantidade de energia, como a caça ou a atividade reprodutiva, ocorrem. Ainda, diversos pesquisadores apontam um papel importante do sono no aprendizado e consolidação da memória, mecanismos muitas vezes essenciais para a sobrevivência e sucesso adaptativo de uma espécie. E como é que o sono se insere no processo evolutivo? Não seria mais fácil saber qual foi a vantagem adaptativa proporcionada por esse fenômeno, que teria possibilitado a permanência deste até hoje? Tendo essa breve descrição em mente, observa-se como é intrigante o estudo do sono, uma vez que não se sabe exatamente, após anos de estudos, qual a razão ou razões pelas quais esse fenômeno existe.

Apresentação 4: Doutoranda Helen de Morais 

TÍTULO: ENVOLVIMENTO DO SISTEMA ENDOCANABINÓIDE SOBRE COMPORTAMENTOS RELACIONADOS A DEPRESSÃO EM ANIMAIS DIABÉTICOS

Estudos apontam uma alta incidência de depressão entre pacientes diabéticos quando comparado com a população geral. Várias hipóteses têm sido feitas a fim de estudar o mecanismo fisiopatológico que possa estar envolvido na associação diabetes/depressão. De particular interesse, estudos apontam que o sistema endocanabinóide (SEC) desempenha um papel importante na depressão. Estudos mostram que a estimulação farmacológica do receptor CB1, bem como o aumento endógeno de canabinóides pela administração do inibidor da hidrólise da anandamida (AEA), o URB597, induz efeitos do tipo antidepressivo em ratos submetidos ao teste de natação forçada (TNF) e teste de suspensão pela cauda. Interessante que evidências apontam interação do SEC com outros sistemas, como o serotoninérgico. Neste sentido, uma diminuição da concentração de serotonina tem sido observada em diversas áreas encefálicas. A neurotransmissão endocanabinóide também está alterada, sendo observado um aumento na densidade e atividade de receptor CB1. Todavia, poucos estudos investigam a depressão associada ao diabetes e os mecanismos que relacionam esta associação. Assim, investigaremos inicialmente o papel da ativação de receptores do SEC na modulação de comportamentos relacionados á depressão em animais diabéticos, bem como, o efeito antioxidante do mesmo, além das análises de monoaminas e densidade de receptor endocanabinóide CB1.

Apresentação 5: Doutoranda Bruna Sant' Helena

TÍTULO: BLOQUEADORES DE CANAIS DE POTÁSSIO NA SEPSE: UMA NOVA FERRAMENTA TERAPÊUTICA?

A sepse caracteriza-se como um grande problema de saúde pública,sendo responsável por altas taxas de mortalidade. A falta de uma terapêutica para restaurar as alterações hemodinâmicas dos pacientes com choque séptico é um grande problema atualmente, e reflete o difícil manejo do paciente com sepse, além disso está diretamente associada com altas taxas de mortalidade. Atualmente os agentes vasoconstrictores existentes, como por exemplo a noradrenalina, ou respondem pouco em relação aos parâmetros vasculares (hiporreatividade) ou muitas vezes, causam efeitos adversos em outros órgãos ou sistemas. Desta forma, o uso de bloqueadores de canais de potássio na restauração da hipotensão e hiporreatividade a agentes vasoconstrictores tem sido foco de muitos estudos como uma nova ferramenta terapêutica. Evidências experimentais e clínicas demonstram resultados promissores do tetraetilamônio (TEA) e glibenclamida (GLB) na reversão da hipotensão na sepse, no entanto, os efeitos em outros órgãos, como por exemplo o sistema renal, ainda são poucos investigados. Desta forma o objetivos desta conferência é demonstrar os principais efeitos do TEA e GLB na sepse, e enfatizar os efeitos desses bloqueadores no sistema renal.

Apresentação 6: Doutoranda Caroline Gomes

TÍTULO: TESTES ALTERNATIVOS AO USO DE ANIMAIS EM TOXICOLOGIA

Diariamente estamos expostos a milhares de substâncias químicas. A preocupação quanto a esta exposição, especialmente no que concerne àquelas que têm potencial de interferir com o sistema endócrino vêm crescendo. Muitos pesquisadores têm trabalhado para identificar estas substâncias e seus efeitos adversos, assim como seu mecanismo de ação. Estas substâncias podem interferir com receptores hormonais, síntese ou conversão de hormônios. A alta incidência de algumas desordens relacionadas com o sistema endócrino, os efeitos adversos relacionados com os desreguladores endócrinos observados nas populações e as patologias relacionadas com estes compostos em trabalhos experimentais, suportam a preocupação relacionada a este grupo de substâncias.Os hormônios esteróides são a maior causa de preocupação, devido ao seu papel na reprodução e desenvolvimento fetal. Para avaliar se uma substância atua como desregulador endócrino as agências regulamentadoras requerem uma bateria de testes. A avaliação de efeitos relacionados aos hormônios esteróides inclui testes in vivo, como o teste uterotrófico e teste de Hershberger, que avaliam o potencial (anti)estrogênico ou (anti)androgênico respectivamente. Métodos alternativos a estes testes vêm sendo propostos, como o uso de uma levedura recombinante para avaliação destes potenciais através da avaliação do efeito direto sobre os receptores hormonais estrogênicos ou androgênicos. Assim, considerando a importância da utilização de métodos alternativos ao uso de animais e da identificação de compostos desreguladores endócrinos pretende-se abordar dois métodos in vitro para triagem de substâncias (anti)estrogênicas ou (anti)androgênicas.

Apresentação 7: Doutoranda Francislaine Livera

TÍTULO: O LADO NEGRO DOS ANTIOXIDANTES NA TUMORIGÊNESE

Antioxidantes, ou compostos químicos que previnem a oxidação de outras moléculas, são largamente comercializados como suplementos dietéticos sob um grande apelo de que promovem saúde. O conceito de que os antioxidantes podem ajudar a combater o câncer está profundamente enraizado na população em geral, promovida pela indústria de suplemento alimentar e apoiada por alguns estudos científicos. No entanto, os ensaios clínicos têm mostrado resultados inconsistentes e, como evidência emergente, tem sido relatado que os antioxidantes podem aumentar consideravelmente o risco de algumas formas de câncer. Pesquisas recentes lançam nova luz sobre esta questão e sugerem que os antioxidantes podem ter um efeito particularmente prejudicial na tumorigênese do câncer de pulmão. Quando camundongos portadores de mutações (que aumentam o risco de câncer pulmonar) são tratados com antioxidantes, suas lesões pré-cancerosas progridem mais rapidamente e observa-se o desenvolvimento de um número maior de tumores, bem como estágios mais avançados dos mesmos. Os antioxidantes reduzem o estresse oxidativo e os danos ao DNA como esperado, mas, ao mesmo tempo, eles também reduzem a expressão de p53, uma proteína chave na supressão do tumor. Trabalhos recentes mostram ainda que a suplementação com os antioxidantes N-acetilcisteína e vitamina E na dieta aumenta acentuadamente a progressão do tumor e reduz a sobrevivência dos ratos em um modelo de estudo de câncer pulmonar. Isto sugere que os antioxidantes não são tão seguros nos pacientes em estágios iniciais de câncer pulmonar e em pessoas com fatores de risco acentuados, como em indivíduos fumantes e/ou portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica. Assim, faz-se importante discutir o papel dos antioxidantes na tumorigênese.

Apresentação 8: Doutoranda Débora Vecchia

TÍTULO: SUPER INTELIGÊNCIA - PROCESSOS NEUROFISIOLÓGICOS ENVOLVIDOS NA SUPERDOTAÇÃO

A inteligência como cognição se relaciona a processos mentais que nos permitem reconhecer, aprender e recordar, também, se refere a planejamento, resolução de problemas, julgamento e outras  funções cognitivas superiores. Assim, inclui funções mentais como a atenção, memória, percepção,  raciocínio, juízo, imaginação e outros processos que se fazem presentes no processamento cognitivo e  na resolução de problemas. A Superdotação Intelectual ou super inteligência é caracterizada pelo desenvolvimento de habilidades significativamente superiores as da população em geral.  É também definida por um alto nível de inteligência que indica um desenvolvimento acelerado e avançado das funções do cérebro  que se expressam por meio de habilidades, em conformidade com aquelas que envolvem cognição, criatividade, aptidões acadêmicas, liderança ou desempenho artístico, visual ou cinestésico.  O indivíduo Superdotado é  também conhecido como talentoso ou portador de altas habilidades. Estudos de neuroimagem vem sendo cada vez mais utilizados no intuito de observar possíveis diferenças anatômicas nos cérebros dessas pessoas, bem como, os dados de EEG revelam diferenças qualitativas na organização cerebral dos superdotados comparados com as crianças normais. Pesquisas comprovam a relação entre o aumento das ramificações dendríticas e maiores possibilidades de conexões sinápticas e circuitos neurais, a título de exemplo, são algumas áreas que abrem caminhos para melhor compreendermos os aspectos neurofisiológicosda superdotação. O conceito de inteligência  e, por conseguinte, de superdotação entendida enquanto desenvolvimento de inteligência  deve incluir todas as funções cerebrais e, em particular, o seu uso eficiente e integrado. Assim, pode-se concluir que as pessoas que apresentam comportamentos mais inteligentes terão, necessariamente, que apresentar mais integração e um uso mais efetivo dessas funções do cérebro.

Apresentação 9: Doutoranda Lais Rodrigues

TÍTULO: COMO MEDIR A CONFIANÇA NA TOMADA DE DECISÕES?

A confiança é um sentimento familiar para todos nós. Porém, cientistas descobriram que a confiança é mais do que uma emoção, é uma quantidade mensurável, uma previsão objetiva que informa as nossas decisões. Pesquisadores localizaram uma região do encéfalo de ratos cuja função é necessária para que os animais expressem confiança em suas decisões. Foi 
elaborada uma tarefa de apostas temporais pós-decisão na qual ratos expressam confiança pela quantidade de tempo que eles estavam dispostos a esperar pela recompensa. A hipótese apresentada era que os animais estariam dispostos a esperar mais tempo se estivessem confiantes de que isso lhes traria um bom resultado. Para testar esta hipótese, os investigadores treinaram os ratos em uma tarefa, onde era apresentada uma variedade de odores e os animais tomavam a decisão de ir para a esquerda ou para a direita, conforme o odor apresentado, e depois esperavam pela sua recompensa. Usando esta tarefa, os investigadores puderam estabelecer uma correlação entre o tempo de espera e a probabilidade de que a decisão do animal fosse a correta. A inativação do córtex orbitofrontal perturba a confiança baseada em espera sem afetar a precisão de decisão. Os resultados demonstraram que os roedores mostraram grande confiança para odores facilmente identificáveis e baixa 
confiança para odores difíceis. Além disso, demonstrou-se matematicamente que esperar mais tempo, quando se está confiante, é a opção certa para otimizar a relação custo-benefício do ato de esperar por um resultado incerto. Estes resultados estabelecem um local anatômico para o julgamento de confiança, distinto do processos necessários para decisões perceptivas. A descoberta pode ter implicações na tomada de decisão humana também, uma vez que o córtex orbitofrontal em humanos parece ser  apenas uma versão mais sofisticada da mesma estrutura no roedor.

 

Apresentação 10: Doutoranda Mariane Leite

TÍTULO: ENVOLVIMENTO DOS RECEPTORES ETa E CB1 CENTRAIS E LIBERAÇÃO DE ARGININA-VASOPRESSINA NA SEPSE INDUZIDA POR LIGADURA E PUNÇÃO DO CECO (CLP) EM RATOS 

Nós mostramos anteriormente que as endotelinas (ET), em particular, a ET-1, reduziu a frequência das correntes excitatórias em células magnocelulares vasopressinérgicas (MNC) de ratos através da ativação de receptores ETA. Este efeito foi inibido pelo antagonista de receptor CB1 sugerindo o envolvimento dos endocanabinóides. Nosso objetivo neste estudo foi verificar se esse mecanismo poderia ser comprovado in vivo utilizando um modelo de sepse severa, uma condição em que os níveis de ET-1 estão elevados e de arginina-vasopressina  diminuídos. A sepse foi induzida em ratos Wistar por ligadura e perfuração ceco (CLP). Todos os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética da Instituição para Uso Animal (# 629). Os animais foram  tratados com rimonabanto, um antagonista de receptor CB1 (Rim, 10 ou 20 mg / kg, po) 4 h após a CLP (3 perfurações), ou com BQ123 (100 pmol, icv) 2 h e 4 h, 4 h e 8, ou 8 h ou com BQ788 (100pmol, icv) 4 e 8 horas após a CLP. A temperatura corporal foi medida utilizando registradores de temperatura. Também foi avaliado a  migração celular para a cavidade peritoneal, leucometria,  e níveis AVP e IL-6 no plasma.Os animais tratados com  Rim, 10 ou 20 mg / kg, por via oral após CLP (3 furos) apresentaram uma taxa de sobrevida de 73% em ambas as doses, significativamente diferente do grupo CLP / veículo (34%). O tratamento dos animais com BQ123 2 h e 4 h, 8 h ou após a CLP não melhorou significativamente a taxa de sobrevida. No entanto, o tratamento dos animais com BQ123 e 4 8 h após CLP aumentou a taxa de sobrevida dos animais (71% para o grupo tratado com BQ123 em comparação com 14% para o grupo controle).O antagonista de receptor ETB, BQ788, administrado no mesmo protocolo não aumentou a taxa de sobrevida. Seis horas após a CLP, os animais sham-operados e animais CLP / Rim apresentaram uma temperatura corporal significativamente menor (0,56 ± 0,2 e 0,35 ± 0,4 ° C, respectivamente) do que os animais de controle do CLP (1,64 ± 0,4 ° C). O mesmo padrão foi observado após 8 h. O tratamento com rimonabanto não alterou a migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal, leucometria e os níveis plasmáticos de IL-6 induzidos pela CLP. O tratamento dos animais com Rim aumentou os níveis de AVP 12 h após a CLP (128%) em relação ao grupo controle (CLP / veículo). O tratamento com BQ123 também aumentou os níveis de AVP 12 h (72,6%) após CLP. Estes resultados mostram que o bloqueio dos receptores CB1 e os receptores centrais da ETA impediu a mortalidade induzida por CLP. O bloqueio dos receptores CB1 não afetou as respostas periféricas, tais como a migração de neutrófilos, leucometria e  níveis de IL-6, mas reduziu a resposta febril e alterou os níveis sanguíneos de AVP, sugerindo uma ação central deste antagonista. O efeito do Rim e BQ123 na taxa de sobrevida após a CLP pode estar relacionado a um aumento nos níveis circulantes de AVP.

Apresentação 11: Doutorando Jonas Silva

TÍTULO: CLORPIRIFÓS NA GESTAÇÃO: RISCOS PARA OS DESCENDENTES?

Os casos de alterações comportamentais como o déficit de atenção, dificuldade de memorização e de relacionamento têm aumentado ao longo das últimas décadas. Pesquisas relacionadas ao estudo de xenobióticos buscam avaliar a toxicidade sobre o sistema nervoso na sua fase de desenvolvimento. Os estudos que priorizam os períodos de organogênese, ou seja, na formação de indivíduos imaturos (período fetal) são importantes para a compreensão do complexo modo como as regiões cerebrais são influenciadas enquanto da sua formação por outras estruturas também em desenvolvimento, como por exemplo a tireoide, que participa via seus hormônios na construção neuronal. A regulamentação sobre o uso de substâncias químicas não leva em consideração a neurotoxicidade devido a exposição no período de desenvolvimento do sistema nervoso para colocar certo produto no mercado. Dentre as substâncias que mais apresentaram irregularidades em amostras avaliadas pelo Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos no ano de 2012, os organofosforados são os mais incidentes, sendo o clorpirifós com o maior índice de amostras insatisfatórias. O clorpirifós é relacionado com frequência pelos estudos direcionados a organofosforados como importante agressor do sistema nervoso em indivíduos adultos, mas a relação dele com formação dos sistemas fisiológicos, especialmente o nervoso, ainda necessita de uma maior fundamentação principalmente sobre a relação entre a ação tireoidiana e o desenvolvimento cerebral.

Apresentação 12: Doutoranda Renata Reis

TÍTULO: INFLUÊNCIA DO GÊNERO DO EXPERIMENTADOR SOBRE O COMPORTAMENTO NOCICEPTIVO DE ROEDORES

Roedores são capazes de detectar a presença dos experimentadores através do cheiro. Considerando que a percepção de cheiros pode afetar o comportamento desses animais, o objetivo do estudo realizado por Soger et al. 2014 (Nature Methods) foi investigar se a presença do experimentador era capaz de modificar o comportamento nociceptivo. A dor foi induzida pela administração de um agente inflamatório nos tornozelos dos animais e foi mensurada pela aplicação da escala de expressões faciais de dor para camundongos ou ratos. Os autores observaram que a exposição dos roedores durante as avaliações a experimentadores homens produzia analgesia. Os resultados se replicaram pela exposição dos animais a camisetas usadas por homens, a compostos secretados pelas axilas humanas e a materiais provenientes de camas de diferentes mamíferos machos. A analgesia observada pela exposição a estímulos provenientes de machos parece ser decorrente de uma resposta de estresse desencadeada nesses animais.

Apresentação 13: Doutorando Gonzalo Alexander

TITULO: WHEN YOUR GAIN IS MY PAIN AND YOUR PAIN IS MY GAIN: NEURAL CORRELATES OF ENVY AND SCHADENFREUDE

We often evaluate the self and others from social comparisons. We feel envy when the target person has superior and self-relevant characteristics. Schadenfreude occurs when envied persons fall from grace. To elucidate the neurocognitive mechanisms of envy and schadenfreude, we conducted two functional magnetic resonance imaging studies. In study one, the participants read information concerning target persons characterized by levels of possession and self-relevance of comparison domains. When the target person's possession was superior and self-relevant, stronger envy and stronger anterior cingulate cortex (ACC) activation were induced. In study two, stronger schadenfreude and stronger striatum activation were induced when misfortunes happened to envied persons. ACC activation in study one predicted ventral striatum activation in study two. Our findings document mechanisms of painful emotion, envy, and a rewarding reaction, schadenfreude.

Apresentação 14: Doutoranda Inara Barcaro

TÍTULO: FARMACOGENÉTICA EM PSIQUIATRIA: IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA

As drogas psicotrópicas são utilizadas no tratamento de vários trantornos psiquiátricos e neurológicos e estão associadas ao risco de morte devido aos efeitos adversos. Além disso, interações farmacológicas e não adesão ao tratamento ocorrem frequentemente. Na tentativa de minimizar este lado negativo e também a generalização do tratamento, novas estratégias têm sido propostas. Entre elas destacam-se: o reconhecimento das atividades dos receptores; o sistema de metabolização pelo complexo do citocromo P450 (CYP) e biomarcadores polimórficos para os genes dos receptores D2 e D3 da dopamina e 5HT2A e 5HT2C da serotonina. Vários polimorfismos das enzimas do complexo CYP são conhecidos e são representados por mutações, sendo elas para mais ou para menos. A ausência da expressão de uma enzima pode causar toxicidade inesperada após administração de doses usuais  da droga. Por outro lado, duplicações ou multiplicações, levariam à resistência a doses tipicamente terapêuticas da droga. O estudo de como estes polimorfismos e a variabilidade interindividual influenciam a resposta ao medicamento é o foco da farmacogenética. Uma vez que os tratamentos atuais apresentam uma resposta tarapêutica altamente variável devida a interações e diferenças genéticas entre os indivíduos, tem-se buscado um melhor entendimento destes fatores, para que tanto o clínico tenha mais segurança ao prescrever, quanto o paciente, para aderir ao tratamento e alcançar uma melhora ou, quem sabe, a cura de forma mais efetiva e personalizada.

Apresentação 15: Doutoranda Ana Noseda

TÍTULO: ENVOLVIMENTO DO SISTEMA MELATONINÉRGICO NOS DISTÚRBIOS DO SONO E NA DEPRESSÃO

São observadas diversas alterações no sono de pacientes com depressão e distúrbio bipolar. Sendo relatada dificuldade em dormir, redução do tempo total de sono, baixa qualidade de sono, e alterações no sono REM. Distúrbios no ritmo circadiano, como avanço ou atraso na fase do sono, também são observados em pacientes depressivos, bipolares e com transtorno afetivo sazonal. Esses achados de alterações no sono e no ritmo circadiano sugerem um possível envolvimento do sistema melatoninérgico nos distúrbios do humor. A melatonina é um neurohormônio que apresenta um papel importante na iniciação do sono, sinalização e sincronização do ciclo claro-escuro. Têm sido descrito alterações nos receptores da melatonina em pacientes com distúrbios do humor. A desregulação na liberação de melatonina também tem sido relacionada com a depressão. Enquanto que a administração de melatonina demonstrou melhorar a qualidade de sono nesses pacientes. O mesmo é observado com o antidepressivo agomelatina, um agonista de receptores MT1/MT2 e antagonista de receptores 5HT2C. Desta forma, tem sido investigada a função terapêutica da melatonina em reduzir os distúrbios de sono presentes em pacientes com depressão.

Apresentação 16: Doutorando Guilherme Lacerda

TÍTULO: PREJUÍZOS MOTORES E DEPRESSIVOS NA DOENÇA DE PARKINSON: QUAL A MELHOR ABORDAGEM FARMACOLÓGICA?

Indivíduos com doença de Parkinson apresentam sintomas clássicos como tremor em repouso, bradicinesia, dificuldade em iniciar e finalizar movimentos, congelamento e instabilidade postural. A característica etiológica marcante é a perda de neurônios dopaminérgicos da substância negra, com consequente redução drástica da quantidade de dopamina no estriado (duas estruturas envolvidas em movimentação).Na DP, são comuns distúrbios psiquiátricos associados, tais como depressão, ansiedade e até mesmo, demência em alguns casos. A depressão é o quadro mais prevalente, atingindo muito mais pessoas com DP (1 em 2) do que indivíduos da população geral (1 em 10). Isto leva os pesquisadores a crerem que a depressão associada à DP possua mecanismos neurobiológicos distintos daqueles envolvidos em pacientes deprimidos, porém sem a DP. Drogas largamente utilizadas no tratamento tanto de sintomas motores quanto depressivos na DP são a L-DOPA e o pramipexole. A primeira é um precursor da dopamina que apresenta eficácia na reversão dos sintomas motores, porém perdendo boa parte desta eficácia após alguns anos de emprego e podendo, segundo muitos estudos, até piorar os sintomas depressivos, por mecanismos ainda não muito claros.Já o pramipexole é um agonista direto dos receptores de dopamina, com eficácia, em ordem decrescente, para os receptores D3 e D2 e tem se mostrado eficiente tanto no tratamento de sintomas motores como de sintomas depressivos na DP. Compararemos em nosso estudo, a diferença de eficácia entre as duas drogas citadas para os sintomas depressivos, já que a L-DOPA parece provocar um déficit de serotonina em regiões como o hipocampo (intimamente associado à depressão), enquanto o pramipexole não interfere em tal processo.

Apresentação 17: Doutoranda Samanta Araújo

TÍTULO: AVALIAÇÕES REPETIDAS NO TESTE DA NATAÇÃO FORÇADA PARA RATOS WISTAR

O teste da natação forçada é empregado nos ensaios pré-clínicos para avaliar drogas que possam ter ação antidepressiva e como protocolo para rastrear substâncias suspeitas de induzir depressão em seres humanos. O uso de desenhos experimentais com medidas repetidas pode reduzir o número de animais incluídos no experimento para detectar efeitos de antidepressivos ou agentes que causem depressão em curto ou em longo prazo. Ratos Wistar, machos adultos, passaram por um período de treino de 15 minutos, 24 horas antes da avaliação no teste da natação forçada. Os animais reduziram a latência para iniciar o comportamento de imobilidade e tenderam a aumentar o tempo no comportamento de imobilidade no primeiro re-teste. No segundo re-teste, uma semana depois, a latência para iniciar o comportamento de imobilidade continuou reduzida, apesar do tempo e da frequência de imobilidade não diferirem da inicial. Outro experimento que avaliou 8 ratos Wistar machos adultos em um teste e quatro re-testes não evidenciou diferença na latência para iniciar o comportamento de imobilidade, nem na duração deste comportamento em nenhum dos quatro re-testes comparados ao comportamento de imobilidade desempenhado no teste. O uso de medidas repetidas pode ser promissor quando o número de animais disponibilizados para a pesquisa for reduzido.

Apresentação 18: Doutoranda Palloma Hocayen

TÍTULO: DISFUNÇÃO OLFATIVA EM DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS

Muitos dos fatores e condições patológicas podem afetar a função olfativa. Os distúrbios do olfato estão gerando interesse considerável no campo neurológico. Em particular, várias doenças neurodegenerativas são parcialmente associadas para desordens de cheiros. Sabe-se que a disfunção olfativa está envolvida em várias doenças neurológicas, tais como a doença de Parkinson, doença de Alzheimer, a esclerose múltipla, doença neurológica motora e doença de Huntington. Particularmente, a capacidade para identificar e discriminar os odores, bem como o limiar de odor, pode ser alterado nestes distúrbios. Estas mudanças ocorrem frequentemente como manifestação precoce da patologia e nem sempre são diagnosticadas a tempo. Tais distúrbios olfativos são muitas vezes mal interpretados e raramente avaliados na clínica. No entanto, por estarem envolvidos e descritos em uma grande variedade de doenças neurológicas a sua avaliação pode ser benéfica para o diagnóstico. Uma vez que tem-se que a disfunção olfativa ocorre antes do aparecimento dos primeiros sinais da doença, destaca-se que a realização de uma avaliação olfativa com sensibilidade durante o exame neurológico pode revelar-se especialmente útil para o diagnóstico precoce.

Apresentação 19: Doutoranda Francielle Mathias

TÍTULO: PRATA: UMA POSSÍVEL SOLUÇÃO PARA A RESISTÊNCIA BACTERIANA

Em virtude do aumento da incidência de resistência bacteriana e da presença de novos patógenos virulentos, tem crescido a necessidade de aumentar o arsenal antimicrobiano. Fatores como resistência a drogas já estabelecidas e dificuldades para tratamento de infecções causadas por bactérias gram-negativas tem forçado pesquisadores a revisar o uso de antimicrobianos antigos que haviam sido previamente descartados. Este é o caso da prata, um composto intrigante que, apesar de sua longa história como um antimicrobiano, permanece com seu modo de ação não esclarecido. Nesse contexto, Morones-Ramirez et al. (2013) trazem informações relevantes.  O estudo demonstra que o íon prata perturba múltiplos processos celulares, levando ao aumento das espécies reativas de oxigênio em bactérias e aumento na permeabilidade da membrana de bactérias gram-negativas, processos esses responsáveis pela morte bacteriana. Utilizando essa informação, os autores demonstram a possibilidade de usar a prata como um adjuvante na terapia antibiótica convencional por ocorrer potencialização da atividade antimicrobiana e efeito sinérgico aos antibióticos convencionais, com adição do íon prata.O estudo demonstra ainda, in vitro e in vivo que a vancomicina, um antibiótico específico para bactérias gram-positivas, foi efetivo para bactérias gram-negativas quando usado em conjunto com a prata, ampliando o espectro antimicrobiano da mesma. A prata ainda aumenta a atividade antibiótica contra bactérias persistentes e têm ação direta sobre a formação de biofilmes, presentes em infecções crônicas de difícil tratamento. Dessa forma, esse estudo indica novos caminhos para potencializar a atividade de antimicrobianos existentes e aumentar o arsenal de drogas para combater infecções bacterianas.

Apresentação 20: Doutoranda Rita Silva

TÍTULO: IMPAIRED VASCULAR REACTIVITY IN RATS FED WITH MODERATELY HIGH FRUCTOSE CHOW INVOLVES CHANGES IN NITRIC OXIDE PRODUCTION AND CALCIUM MOBILIZATION

Introduction: Fructose overconsumption has been involved with the onset of several diseases, including vascular dysfunction. We hypothesized that significantly chronic small amounts of fructose ingested in early life stages is enough to impair the vascular function. The purpose of this study was evaluate how the excessive intake of fructose can modulate the vascular function contributing to the development of cardiovascular diseases. Methods: Male Wistar rats were fed with a moderately high fructose diet (6% F group) for six weeks from weaning (the control group received regular chow). The reactivity of isolated aortic rings to vasoactive agents was evaluated. All procedures were approved by the Institutional Ethics Committee of UFPR (protocol number 601).Results and Discussion: Endothelium-intact (E+) aortic rings from 6% F rats presented reduced responses to phenylephrine (PE, 1 μM: 0.59 ± 0.05 g against 1.26 ± 0.22 g in control), and vasopressin (30 nM: 0.26 ± 0.07 g against 0.61 ± 0.11 g in control). PE-induced constriction was reestablished in endothelium-denuded (E-) rings, as well as after incubation with L-NAME (100 μM) or ODQ (10 μM). In addition, PE-contracted aortic rings (E+) displayed reduced relaxation in response to acetylcholine (ACh, 1 μM), but not to sodium nitroprusside. This study shows that the ingestion of moderately high fructose in early life stages is enough to impair the vascular reactivity of rat aortic rings, a condition fully dependent of the NO/guanylate cyclase pathway. On the other hand, when tested in calcium-free environment, the vessels from animals fed with the fructose diet displayed augmented responses to both caffeine and angiotensin II, suggesting additional changes in intracellular calcium mobilization and/or function. We are currently investigating the contribution of such changes for the development of cardiovascular diseases associated with high fructose intake.

Apresentação 21: Doutoranda Taysa Bassani

TÍTULO:  VALIDAÇÃO DO MODELO DE DOENÇA DE ALZHEIMER INDUZIDO POR INJEÇÃO INTRACEREBROVENTRICULAR (ICV) DE ESTREPTOZOTOCINA

A doença de Alzheimer (DA) é a doença neurodegenerativa mais frequente na população. Estima-se que atinge cerca de 3% das pessoas acima de 65 anos de idade. A doença se caracteriza por progressivo declínio cognitivo e perda de memória, sendo considerada a forma mais comum de demência. Atualmente, a DA é incurável e os tratamentos disponíveis proporcionam apenas alívio sintomático temporário e limitado do prejuízo cognitivo. A dificuldade de se encontrar tratamentos efetivos que revertam o declínio cognitivo e impeçam o progresso da morte neuronal, modificando assim o curso da doença, deve-se em parte ao desconhecimento da sua real etiologia. Estudos epidemiológicos apontam doenças metabólicas como o diabetes tipo 2, obesidade e síndrome metabólica como fortes fatores de risco para a DA esporádica ou idiopática. Uma característica invariável dos pacientes com DA é a presença de um "estado de resistência cerebral à insulina" caracterizado por redução na densidade dos receptores de insulina no cérebro, alteração nas vias de transdução de sinais intracelulares e redução na concentração de insulina no líquor. Na tentativa de explorar a resistência à insulina como um fator de risco para a DA foi desenvolvido o modelo animal de injeção icv bilateral de estreptozotocina, o qual mimetiza vários parâmetros comportamentais e neuroquímicos observados nos pacientes com Alzheimer. Nesta jornada serão apresentados os resultados preliminares da validação deste modelo animal pelo nosso grupo que incluem os resultados do teste de reconhecimento de objetos, labirinto em Y e atividade da acetilcolinesterase (AchE) no hipocampo e córtex pré-frontal.

Apresentação 22: Doutorando Carlos Eduardo de Souza

TÍTULO: COMER OU NÃO COMER, eis a questão! O PAPEL DA AUTOFAGIA NA BIOLOGIA TUMORAL

A autofagia é um processo essencial para o funcionamento celular, envolvendo a degradação de componentes celulares "desnecessários" ou disfuncionais através da ação dos lisossomos. Este processo é de fundamental importância para a manutenção da homeostase celular e a regulação do estresse metabólico atuando como modulador dinâmico da tumorigênese. O papel da autofagia na tumorigênese é complexo, mas sabe-se que "defeitos" nos processos autofágicos estão relacionados a algumas doenças, tais como a insuficiência hepática, neurodegeneração, doença inflamatória do intestino. Porém, estudos recentes demonstram várias funções promotoras do tumor pela autofagia, associada à manutenção de múltiplas vias metabólicas essenciais para o crescimento de um tumor agressivo e a promoção da sobrevivência de células tumorais. Sendo assim, elucidar a interação entre o processo autofágico e o metabolismo das células tumorais proporcionará melhor compreensão desta interação.

Apresentação 23: Doutoranda Letícia Pereira

TÍTULO: CÁDMIO E O EIXO HIPOTÁLAMO-PITUITÁRIA-GONADAL (HPG)

Seres humanos estão expostos ao cádmio tanto ocupacionalmente, quanto ambientalmente, especialmente através da água, ar e alimentos contaminados. Este metal é um composto que causa efeitos tóxicos, inclusive atuando como desregulador endócrino, a diversas espécies animais, incluindo os seres humanos. Ao atuar como desregulador endócrino, um importante alvo deste composto é o sistema reprodutivo, que é diretamente modulado pelo eixo hipotálamo-pituitária-gônadal (HPG). De maneira geral, as consequências da desregulação do eixo HPG causada pelo cádmio e por vezes também por outros metais, incluem, entre outras, a diminuição da fertilidade, abortos, malformações fetais, alterações no sistema nervoso central e prejuízos de aprendizagem e comportamentais. Estudos, com animais, demonstram que o mecanismo pelo qual o cádmio desregula esse eixo envolve diferentes efeitos tóxicos a cada um dos seus três componentes. No hipotálamo já foi demonstrado que o cádmio se acumula, e como efeito neurotóxico este metal pode afetar a concentração de alguns neurotransmissores, como a serotonina, norepinefrina e dopamina, que são importantes na modulação do eixo HPG. Na glândula pituitária, a toxicidade do cádmio pode provocar estresse oxidativo, além de atuar alterando a liberação do hormônio folículo estimulante (FSH), do hormônio luteinizante (LH) e da prolactina. Por fim, nos testículos, o cádmio pode provocar estresse oxidativo ao inibir a atividade de enzimas antioxidantes, e também inibir enzimas envolvidas na síntese de testosterona e diminuir a qualidade e a quantidade de espermatozoides, enquanto nos ovários foram observadas diversas alterações histopatológicas, inclusive com a presença de necrose, além de alterações n a secreção de hormônios ovarianos, como a progesterona. Desta forma, o conhecimento destes efeitos tóxicos ao sistema reprodutivo é um alerta aos riscos da exposição humana e de outros animais ao cádmio.

Apresentação 24: Doutoranda Anne Schreiber

TÍTULO: PERFIL DE MODULAÇÃO DA DOR E TERAPIA DA DOR: ENTRE PRO-  E ANTINOCICEPÇÃO

O termo "perfil de modulação da dor" - ou PMP - tem sido proposto com base em evidências para diferenciar as pessoas de acordo com o seu perfil de nocicepção, podendo ser este pro, eu ou antinociceptivo. Tal enquadramento pode ser realizado dependendo da resposta do indivíduo a diferentes testes de estimulação dolorosa, dentre eles o CPM - conditioned pain modulation -, o qual tem por função verificar a efetividade do sistema inibitório descendente. Já o TS - temporal summation - averigua se a repetição de estímulo inócuo pode causar a sensibilização a nível espinal, sendo um teste que analisa a facilitação dolorosa resultante desta sensibilização. Assim, são possíveis respostas de maior ou menor grau para ambos os testes, indicando um balanço inibitório ou facilitatórios, e por fim, levando a um perfil antinociceptivo, eunociceptivo ou pronociceptivo.  Se o paciente apresenta alta resposta do tipo CPM e resposta de TS baixa ou não alterada, este indivíduo terá seu perfil de PMP do tipo antinociceptivo. Caso suas respostas sejam com padrão de baixo CPM e alto TS, seu perfil tenderá mais para a pronocicepção. Ou seja, quanto maior for o desbalanço entre estas respostas, mais evidente será o perfil.Há evidências de que pacientes que sofrem de condições dolorosas crônicas apresentam ou aumento da TS ou redução no controle efetivo via COM, e para grande parte destes pacientes o perfil é o de pronocicepção.  Entretanto, estas correlações não indicam se o status da PMP é causa ou consequência da patologia de base. Outro ponto é que este perfil não é estático, podendo ser alterado, por exemplo, ao ser realizada uma cirurgia corretiva ou tratamento para a doença de base. Assim, também é possível que além de participar em quadros patológicos, o PMP também possa participar em seu alívio. Isto significa que o uso de inibidores da recaptação de serotonina/ noradrenalina em pacientes com baixa CPM do que naqueles em que há alta resposta a este estímulo. Da mesma forma, naqueles em que há alta TS se beneficiariam de medicamentos como bloqueadores NMDA ou gabapentinoides, os quais inibem a sensibilização espinal.Por outro lado, pelo fato de a dor não ser um processo simples, dependendo de outros fatores, como a experiência prévia do indivíduo, tentar enquadrá-lo em um ou outro perfil pode não ser algo tão simples. Neste sentido, mais avaliações são necessárias a fim de se saber se a correlação entre o perfil PMP e o fármaco a ser utilizado pode ser realmente útil na prática clínica.

Apresentação 25: Doutoranda Laura Pulido

TÍTULO: ESTIMULAÇÃO DA MEDULA ESPINHAL ALIVIA OS DEFICITS MOTORES EM UM MODELO PRIMATA
DE DOENÇA DE PARKINSON

A estimulação epidural da medula espinhal tem demostrado ser uma alternativa de alta eficácia no tratamento dos sintomas motores da doença de Parkinson,  sendo ao mesmo tempo menos invasiva que a estimulação cerebral profunda. Entretanto, os mecanismos pelos quais alivia estes sintomas são desconhecidos. Neste trabalho foi demostrado que existe uma sincronia anormal entre varias estruturas do loop cortico-basal-talamo-cortical num modelo de doença de Parkinson em macacos. Adicionalmente, a estimulação da medula espinhal aboliu esta sincronia, efeitos que também são observados com as terapias farmacológicas e a estimulação cerebral profunda.


 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

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